30 de nov. de 2011

SEMINÁRIO NO AHPAMV: “A OCUPAÇÃO DO ESPAÇO URBANO DE PORTO ALEGRE PELOS AFRODESCENDENTES"




No dia 24/11, ocorreu no AHPAMV o Seminário “A ocupação do espaço urbano de Porto Alegre pelos afrodescendentes” (Nos primórdios da República), quando tivemos a oportunidade de refletir sobre as questões relacionadas com os afrodescendentes no percurso da História do Brasil e, em especial, do Rio Grande do Sul e  de Porto Alegre.
    Sob a coordenação da Professora, Doutora em História, Regina Xavier, profunda conhecedora do tema da Escravidão no Brasil Meridional, estiveram Felipe Bohrer, Mestrando em História pelo PPG da UFRGS, proferindo a palestra “Os Territórios Negros Urbanos de Porto Alegre na Virada do Século XX”- palestra esta que abordou principalmente a ocupação dos afrodescendentes no espaço urbano porto-alegrense e o seu deslocamento, utilizando especialmente fontes cartográficas e textuais existentes no acervo do AHPAMV - e a Mestre em História, Sarah Amaral, apresentando “Entre Olhares e Interpretações: intelectuais e relações raciais em Porto Alegre nos anos 30 e 40”, em que foi ressaltado o papel do historiador Dante de Laytano no imaginário relacionado ao negro no Rio Grande do Sul.

                             Na mesa:Clóvis André Silva-Felipe Bohrer-Sarah Amaral-Regina Xavier
   
                                                        Sarah Amaral   e Regina Xavier
                                             

                                             Palestra de Felipe Bohrer
                                          


        
                                                          Clóvis André Silva



                                             Palestra de Sarah  Amaral




       Clóvis André Silva, Coordenador Geral do Gabinete de Políticas Públicas para o Povo Negro - GPN que, em suas considerações, apontou a importância dos estudos históricos para conscientização da situação dos afrodescendentes no Brasil e suas reivindicações.



Análise da variação do som através de registro escrito em jornais gaúchos do século XIX



Roberto Francisco Nasi(1)



O Arquivo Histórico Moysés Vellinho tem sido o ambiente de trabalho do grupo de pesquisa em Linguística Histórica formado inicialmente por Roberto Nasi acerca da coleta de dados para sua dissertação de mestrado. A pesquisa é realizada sob supervisão da orientadora, a Profa. Dra. Valéria Monaretto, com o objetivo de analisar regras variáveis fonológicas através do registro escrito em textos antigos. O grupo também conta com o auxílio dos bolsistas da graduação Rafael Silveira da Silva, Felipe Silveira e também contou, em algumas tardes com a ajuda da bolsista de graduação Melissa Osterlund.
A pesquisa segue o princípio do uniformitarismo de Labov (1994), que afirma que quando a língua perpetua e realiza sua transmissão através das épocas, conclui-se que os contrastes e elementos representados estavam sim, na língua mais antiga.
Em vista disso, pretendemos analisar a variação da fala expressa através da escrita. Tomamos o texto escrito como “o ato de fala supostamente ouvido” (Schneider, 2003), aceitando que a “ortografia sugere processos fonológicos”, e filtrando o lixo ortográfico (lapsus calami), a variação puramente gráfica a fim de coletarmos dados de ortografia significativamente fonológica (Lass, 2000), isto é, palavras nas quais a relação entre som e letra realmente revele algum comportamento de variação já atestada.
Conforme os processos fonológicos já atestados na sincronia (em trabalhos que analisam o comportamento de falantes), pretendemos atestar a variação fonológica também existente na época da escrita dos jornais gaúchos do século XIX.
Primeiramente estão sendo analisados os jornais do Arquivo Histórico Moysés Vellinho. Nos baseamos na tipologia trazida por Monaretto (2005) e criamos um quadro para classificar o tipo de dado coletado de acordo com a regra variável que ele possibilita analisar.

Abaixo, alguns exemplos de dados coletados:



Na seção “Periquitada” em “A Gazetinha” do dia 22 de novembro de 1891, vemos a harmonia vocálica  em “muchila”.




Na edição de O Povo, 24 d outubro de 1838, vemos a palavra "distino" atestando o mesmo fenômeno.




A pesquisa está em caráter preliminar, o que ainda nos traz um número de dados reduzido para uma análise mais quantitativa. Esse tipo de estudo, devido a certas dificuldades para a execução de todas as estratégias de análise propostas, toma um caráter mais qualitativo em seus resultados.



Referências

LASS, R. Historical linguistics and language change.Cambridge studies in Linguistic. University Press. 2000

LABOV, W. Principles of Linguistics Change. Vol.1: Internal Factors.Blackwell. 1994.

MONARETTO, V. O estudo da mudança de som no registro escrito: fonte para o estudo da fonologia diacrônica. Letras de Hoje. Porto Alegre, v.40, nº3, p.117-135. 2005

SANKOFF, David. Variable rules. In: AMMON, Ulrich; DITMAR, Norbert; MATTEIR, Klaus (eds.) Sociolinguistics: an international handbook of language and the society. New York, Walter de Gruyter, 1988. p.984-988.___ (org.) . Diversity and Diachrony. Amsterdam/Philadelphia: John Benjamins Publishing Company, 1988.

SCHNEIDER,  E. Investigating Variation and Change in Written Documents. In: Chambers, J. K., Peter Trudgill And Natalie Schilling-Estes (Eds). The Handbook of Language Variation and Change. Blackwell Publishing, 2003.



[1] Mestrando em Teoria e Análise Linguística - Fonologia e Morfologia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

23 de nov. de 2011

A Educação Patrimonial no Ano de 2011




   Completando mais um ano de existência, o Programa de Educação Patrimonial do AHPAMV  realiza seu balanço anual.  Organizando suas ações, o Programa passa a atuar em 3 eixos  distintos: formação de professores, atividades  e polinização do conhecimento.

Cada eixo contempla objetivos específicos voltados ao reconhecimento desta Instituição como um espaço público onde a história porto-alegrense está como memória salvaguardada para as gerações futuras.

Eixo 1 - FORMAÇÃO - objetiva qualificar o professor da Rede Municipal de Ensino para que este atue como um mediador qualificado da relação Arquivo/aluno. Foram oferecidas 6 formações que contaram com 157 professores.


Esta formação estará disponível no ano de 2012 para as escolas municipais com interesse em qualificar seus professores para melhor uso do Arquivo Histórico de Porto Alegre em atividades especialmente criadas para atendimento ao público escolar.


Eixo 2 – ATIVIDADES- O envolvimento do público com o Arquivo Histórico  se deu pela participação nos projetos e nas visitas guiadas que  descortinam esse universo de bens patrimoniais formado  pelo patrimônio natural , pelo patrimônio arquitetônico e pelo patrimônio documental. Foram realizadas 81 atividades nas quais houve a participação de mais de 1900 pessoas. Destas  mais de 70% são estudantes de instituições públicas.




Na condição de apoio parapedagógico,  as atividades contemplam também conteúdos tradicionais dos currículos escolares ( folclore, ecologia, história da cidade, fontes históricas, música, artes) e estarão disponíveis em 2012 já no início do ano letivo através das reservas feitas por professores que incluírem no seu planejamento uma visita ao Arquivo.


Eixo 3 - POLINIZAÇÃO - contempla uma série de ações, nas quais o conhecimento em Educação Patrimonial já acumulado é disponibilizado. Dentre estas ações, salientam-se os dois estágios curriculares oferecidos: Observação do processo ensino –aprendizagem para os estudantes de Psicologia da UFSCPA  e prática em Educação Patrimonial para os licenciaturas em História, além da parceria com a Escola Municipal Emílio Meyer no curso de Magistério.


Como um espaço também de formação, o AHPAMV busca se qualificar para melhor atender  alunos das diversas universidades e distintos cursos em visitas guiadas especialmente pensadas para atender diferentes interesses.

Os 3 eixos propiciaram atingir diretamente mais de  2200 pessoas. Divulgar estes números é mais um dever da Instituição que,como espaço público,  deve esta transparência à comunidade.


22 de nov. de 2011

Ramais Telefônicos do Arquivo Histórico de Porto Alegre Moysés Vellinho

       

                 

Plantas e Mapas


32898278
Direção
32898279
Administração
32898280
Historiadora
32898281
Sala de Pesquisa
32898282/8283
Educação Patrimonial
 32898284
Laboratório
32898285

21 de nov. de 2011

PESQUISA SÁBADO, DIA ¨26 DE NOVEMBRO

   
  Caros(as) Pesquisadores(as)


 Conforme nosso cronograma  de atendimento ao pesquisador nos sábados, abriremos o AHPAMV no  sábado,dia 26,exclusivamente  por agendamento.
 O prazo para isso é quinta-feira, até as 17 horas.

Contatos:
atendimentoah@smc.prefpoa.com.br

Novo ramal telefônico: 32898282

Horário Especial de Pesquisa,Quinta, Dia 24

   
         Caros(as)  pesquisadores(as)



 Na   próxima  quinta-feira,dia 24  de novembro, o atendimento ao pesquisador terá horário especial  à tarde,em função  do seminário A ocupação do espaço urbano  de Porto Alegre pelos  afrodescendentes, às 16 horas, na Sala de pesquisa do AHPAMV.
 Atendimento( à tarde)das 13h30min às 15 horas. Pela manhã, o horário será normal: das 8h30min às 12 h

18 de nov. de 2011

CONVITE SEMINÁRIO DIA 24 DE NOVEMBRO,QUINTA-FEIRA

16 de nov. de 2011

Expandindo os bairros da Cidade, os afrodescendentes constroem suas moradias com grandes dificuldades.

    
    A Semana da Consciência Negra é um momento para refletirmos o destino dos descendentes dos africanos que chegaram ao Brasil na condição perversa da escravidão e certamente uma das mais cruéis das relações impostas pelos homens aos seus semelhantes.
   
 A crueldade da escravidão impôs um destino com muitas dificuldades aos afrodescendentes e que, em nada, foi atenuado pela liberdade “oficial” concedida em 13 de Maio de 1888.
   
Muitas famílias de ex-escravos tentando espaços para construírem suas moradias ocuparam áreas sem urbanização, erguendo suas moradias com enormes sacrifícios.
    
No Arquivo Histórico de Porto Alegre Moysés Vellinho,encontramos documentos que expressam as dificuldades encontradas para manutenção das casas em toda incipiente malha urbana, nas solicitações de isenção da cobrança do imposto predial, antigos escravos apresentam sua condição de extrema pobreza, demonstrando claramente o infortúnio enfrentado pelos descendentes da injustiça social.    

         
   
    

9 de nov. de 2011

Águas de Maio-A Grande Enchente de 1941-



Águas de Maio-A Grande Enchente de 1941- Vitor Minas

    
    Em publicação intitulada Águas de Maio - A grande enchente de 1941, de outubro de 2011, Vitor Minas  narra  essa  inundação no Rio Grande do Sul,principalmente, em Porto Alegre,onde  a catástrofe assumiu maiores proporções para os 300.000 habitantes.

    Na linha da reportagem histórica, o autor  reconstrói   os principais fatos daquele período, num mundo conturbado pela    Segunda Guerra Mundial  e num Brasil cerceado pelo Estado Novo. E analisa  os vários lados de uma realidade multifacetada: a política nacional e internacional, a cultura e as artes,as consequências  do excesso de chuva para a população, os personagens famosos que por aqui circularam.

      Para enriquecer o texto, há  depoimentos  de  porto-alegrenses  de destaque que viveram  a experiência. Entre eles, temos o jornalista Alberto André (já falecido)  e o crítico de cinema Hiron Goidanich, o Goida (ainda vivo).

      Durante a  enchente, foi a primeira vez que o Correio do Povo  deixou de circular. As pessoas andavam  de caíque, a indústria e o comércio pararam. Os prejuízos foram  imensos,mas a repercussão na imprensa internacional nem sempre foi fidedigna,pois chegaram a noticiar terremoto em Porto Alegre.

       Este texto jornalístico é fruto de uma longa e minuciosa  pesquisa em várias fontes, encontradas nas instituições  como arquivos,bibliotecas e museus. As fotos, na sua maioria, pertencem à fototeca do   Museu Joaquim José Felizardo, da Secretaria Municipal da Cultura de Porto Alegre. Das outras fontes citadas, algumas são do Arquivo Histórico de Porto Alegre Moysés  Vellinho,(também da Secretaria da Cultura)onde o autor consultou  a Revista do Globo,o Correio do Povo, O Independente, os livros Porto Alegre-biografia de uma cidadeAspecto gerais de Porto Alegre,entre outras fontes. É mais um exemplo de pesquisador que doa ao Arquivo Histórico o produto de suas pesquisas  nesta e em outras instituições, com o objetivo de agregar  publicações    ao   acervo existente, o que torna  os pesquisadores,além  de usuários, fontes de pesquisa.





7 de nov. de 2011

3 de nov. de 2011

Está disponível o Catálogo da Coleção Privada da Capela Positivista

     Na quinta-feira passada, ocorreu no Arquivo Histórico de Porto Alegre Moysés Vellinho- AHPAMV o lançamento do Catálogo da Coleção Privada Capela Positivista. Tal acervo, doado à  Instituição em 1996, é um acervo bibliográfico publicado para propagação do pensamento positivista no Brasil. É o primeiro descrito num catálogo dentro das Normas Brasileiras de Descrição Arquivística – NOBRADE no AHPAMV, procedimento técnico pouco difundido dentro dos arquivos históricos brasileiros.
    O trabalho técnico de produção do instrumento de pesquisa foi um desafio à equipe técnica da Instituição. Este acervo é constituído de temas complexos  referentes à Historia Nacional e Internacional;nele,são abordados fatos históricos que envolvem longo período da História da Humanidade tais como a escravidão, a implantação do Capitalismo ou mesmo as duas grandes guerras mundiais.


Palestra do Prof. Dr. Marçal Paredes.

    No referente à História do Brasil, encontramos o pensamento dos positivistas sobre  as relações de trabalho existentes no Brasil, incluindo a regulamentação das profissões, tema até discutido no Congresso Brasileiro; entre outras questões que marcam a organização da sociedade brasileira, temos a implementação da política indígena com a criação do Serviço de Proteção aos Índios.
    Marcando a importância do trabalho produzido no acervo da Coleção Privada Capela Positivista, o AHPAMV organizou um evento que teve como palestrante o professor Marçal Paredes, estudioso no campo da História das Ideias, além de uma mesa-redonda com representantes das instituições detentoras de acervos  relacionados à propagação do Positivismo no Brasil  em Porto Alegre:Afrânio Pedro Capelli pela Capela Positivista, Rejane Penna pelo Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul-AHRS, Simone Nunes pelo Núcleo de Pesquisa em História da UFRGS, com a coordenação de Luiz Antônio Custódio, Coordenador da Memória Cultural da Secretaria Municipal da Cultura.
Mesa-redonda com os convidados: Afrânio Capelli, Rejane Penna e Simone Nunes.

    Obs.: O Cátalogo estará disponível neste blog a partir da próxima semana.

PESQUISA NO SÁBADO - DIA 05

      Caro(a) pesquisador(a)


    Conforme já foi divulgado, o Arquivo Histórico de Porto Alegre  Moysés Vellinho  abrirá para pesquisa em alguns sábados mediante agendamento.

Sábado-05 de novembro

Horário: 9 h  às 13 h

Para os interessados que ainda não agendaram,o prazo é até amanhã(sexta-feira) ao meio-dia.
Contatos:
atendimentoah@smc.prefpoa.com.br
32197900
 

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