13 de jan. de 2011

Estágio em educação patrimonial - a experiência com mitos e lendas

Todo o semestre, o Arquivo Histórico de Porto Alegre oferece vagas para o desenvolvimento do estágio curricular em educação patrimonial. Neste contexto, o estudante de História da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Helio Antonio Rossi de Castro escolheu o Arquivo para realizar seu estágio. Postamos hoje o relato sobre sua experiência. Confira também o artigo acadêmico escrito por ele sobre as atividades desenvolvidas.


As lendas e mitos brasileiros e o ensino de História.

Desde o ensino médio eu gostava muito de História. Era a época áurea da ditadura militar e gostar de História não era muito fácil. Fiz o curso de Medicina entre 1975 e 1980. Em 1992, passei a desempenhar as atividades de médico ginecologista e obstetra em Unidade Básica de Saúde da Prefeitura. Desde então, o grupo de trabalho vem procurando valorizar as atividades de saúde preventiva através da organização de grupos de mulheres, de adolescentes e de gestantes. Tem-se cada vez mais constatado que a educação e a saúde são dimensões indissociáveis da condição humana. A conversa em grupo diz respeito às dúvidas, aos mitos, às superstições, aos problemas conjugais, familiares e sociais...

Nesse contexto foi possível perceber a importância da consciência histórica, do quanto o ponto de vista histórico ajuda a entender e agir sobre a realidade, da relevância em entender e valorizar as tradições, mas ao mesmo tempo questioná-las e transformá-las. Passar do senso comum para o bom senso. Nesse processo, educação, história e saúde se encontram.
Entrei na História da UFRGS em 2006. Sempre que possível tenho inserido em nossos grupos do posto de saúde algum conhecimento antropológico, sociológico ou histórico.

A oportunidade de participar como estagiário do curso de História nas oficinas de Educação Patrimonial no Arquivo Histórico Moysés Vellinho, especificamente para crianças do ensino fundamental, fez-me reativar algumas idéias - já trabalhadas através da minha atividade em saúde pública, ou seja, uma visão mais abrangente das dimensões da realidade.
Através da oficina Seres da Natureza apresentam-se a natureza (as árvores), os prédios do arquivo, os documentos e figuras mitológicas (Saci, Curupira e Boitatá). A inter-relação entre tais dimensões da realidade consubstancia a visão holística desenvolvida pelo pessoal do arquivo.

A partir de tal experiência foi escrito um artigo para a Disciplina de Educação Patrimonial. Nele relaciono o significado dos mitos do ponto de vista histórico - com base nas idéias de Giambatista Vico, as teorias sobre o desenvolvimento infantil de Lev Vygotsky e conhecimentos teóricos de Educação Patrimonial. A essência de minha argumentação é que a experiência com mitos serve de base para o próprio ensino de história, principalmente para crianças do ensino fundamental.

Helio Antonio Rossi de Castro

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