1) O neonazismo no Rio Grande do Sul
É recorrente a identificação da ideologia nazista/neonazista com os
imigrantes alemães no RGS, representada na mídia e nas publicações sobre o
tema. Na contramão dessa tendência, o historiador René E, Gertz desconstrói a relação entre etnia e nazismo,provando estatisticamente que
o neonazismo,sem dúvida uma realidade,não está, necessariamente, relacionado
com os imigrantes alemães, nem sequer com os seus sobrenomes, mas sim com algumas cidades como
Porto Alegre(e região metropolitana) e Caxias do Sul, onde existe o
neonazismo,cujos líderes, na sua maior parte, não têm sobrenome alemão. O autor pretende alertar os
leitores sobre o perigo de perseguições étnicas que podem resultar em
violência.
GERTZ.René E. O neonazismo no rio Grande do Sul. Porto
Alegre
EDIPUCRS:AGE,2012.
2)Porto Alegre e seus eternos intendentes
A historiadora Margaret Bakos examinou várias hipóteses para explicar a continuidade administrativa do governo municipal em Porto Alegre de 1897 a 1937. Nesses 40 anos, houve apenas três governantes(intendentes e prefeitos): José Montaury, Otávio Rocha e Alberto Bins. Vários fatores podem ter causado esse fenômeno. Segundo a autora, o PRR (Partido Republicano do Rio Grande do Sul), baseado na doutrina positivista, usou, como estratégia para permanecer no poder, o continuísmo do governo municipal de 1897 a 1937. Os três governantes desse período administravam a Cidade para o progresso, através da ordem, usando de mecanismos repressivos para minimizar conflitos. Enquanto isso, os serviços públicos eram precários,e o município se endividava. Uma obra de grande relevância para o estudo dos governos municipais de Porto Alegre (principalmente os intendentes) e suas conexões com a política hegemônica.
BAKOS,Margaret Marchiori. Porto Alegre e seus eternos intendentes. 2. ed. Porto
Alegre:EDIPUCRS,2013.
3) Theodomiro Tostes-Porto Alegre, modernismo, poesia,memória
Com organização de Tânia Carvalhal, esta publicação é uma coletânea de textos de jornal que abrange o período de 1970a 1980 e versa sobre diversos temas e escritores. Na apresentação, Luís Augusto Fischer define Theodomiro como modernista,não reconhecido como tal,devido à hegemonia do eixo Rio-São Paulo na área cultural, com raízes no poder econômico. Na diversidade de textos , encontramos crônicas sobre vários escritores como Eça de Queirós,Walt Whitmann, Joyce, Paul Valéry e outros. Este livro é uma excelente contribuição cultural,erudita e acessível ao mesmo tempo.
CARVALHAL.Tania Franco.Organizadora.Theodomiro Tostes-Porto Alegre:
EDIPUCRS,2009
4)Túmulos celebrativos de Porto Alegre-Múltiplos
olhares sobre o Espaço Cemiterial
1889-1930
Obra que aborda o tema no início do período
republicano no Brasil. Considera o cemitério não só como lugar dos
mortos, mas como símbolo da realidade política, (através da influência do positivismo),das religiões,da
arte, das etnias e das classes sociais.
Os túmulos (mausoléus) eram, na época, os maiores sinais de ostentação burguesa,com
luxo superior aos túmulos da aristocracia. “A morte igualitária só existe no discurso, pois,
na realidade, a morte acentua as diferenças sociais.”(pg. 87).Mas também eram
símbolos de fé e expressões culturais,
regionais e étnicas.Com o declínio da influência positivista, começou a
decadência da arte cemiterial em Porto Alegre,a partir de 1940. O autor nos
oferece uma visão bastante abrangente dos cemitérios no
período estudado,contemplando os vários significados dos túmulos e da estatuária fúnebre.
ARAÚJO, Thiago
Nicolau de. Túmulos celebrativos de Porto
Alegre-Múltiplos
Olhares sobre o espaço cemiterial
(1889-1930).Porto Alegre:EDIPUCRS,
2008.
5) Um olhar regional sobre o ESTADO NOVO
Durante o Estado Novo, houve três interventores que governaram o Rio Grande do Sul :General Manoel de Cerqueira Daltro Filho( out de 1937-jan 1938),Osvaldo Cordeiro de Farias(mar 1938-set 1943) e Ernesto Dorneles(set 1943-out 19450)A intervenção federal no RS foi legalizada através do Decreto-lei N.2044/37.A decisão foi justificada pela existência de atividades comunistas e lutas partidária e necessidade de unificação. No entanto, a homogeneização da política pelo governo ditatorial de Getúlio Vargas é questionada pelo autor da obra (título acima), que, na sua pesquisa constata que havia conflitos regionais,mediados pelo “estado de compromisso” entre as oligarquias(ainda existentes nesse período) e o poder central Por compreender essa realidade, Luciano Aronne de Abreu nos oferece esta publicação que analisa as contradições do modelo do Estado Novo. Uma contribuição relevante para o entendimento da relação do Rio Grande do Sul com o governo central.
ABREU,Luciano Aronne de. Um olhar regional sobre o Estado Novo.Porto
Alegre:EDIPUCRS,2007
As obras acima foram doadas pela EDIPUCRS para
o Arquivo Histórico de Porto Alegre Moysés Vellinho e
estarão à disposição dos leitores, após catalogação.
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