A
preservação é função essencial em arquivos,por isso são estabelecidos programas, projetos,
políticas e ações que contribuem para que os documentos, em seus diversos
suportes, tenham uma maior longevidade, amenizando ou eliminando os riscos e
possibilitando que eles permaneçam acessíveis aos cidadãos. E ainda: o objeto
da preservação abrange desde a unidade documental até o prédio e o seu entorno.
Entretanto
os documentos são submetidos a diversos agentes de degradação, tanto externos quanto
internos. Os internos são decorrentes da própria constituição física dos
materiais utilizados, como o caso da tinta ferrogálica, que apresenta uma
acidez que com o tempo acaba oxidando e migrando entre as folhas, corroendo o
papel e, consequentemente, causando a perda da informação ali registrada.
Documento escrito com tinta ferrogálica
Quanto
aos agentes externos, eles são diversos: luz, umidade, temperatura, insetos,
micro-organismos, manuseio inadequado, entre outros. Deste modo, um efetivo
controle da temperatura e da umidade do ambiente conforme índices recomendados
ajuda a evitar infestações de insetos ou o ressecamento dos documentos.
Documento deteriorado pelo ataque de insetos
Assim,
destaca-se a importância da preservação ser uma atividade que requer a
participação e o comprometimento de todos, isto é, funcionários e pesquisadores
devem colaborar através de pequenas ações cotidianas como, por exemplo,
respeitando as regras da Sala de Pesquisa, manuseando e transportando os
documentos com cuidado, evitando o uso do flash para tirar foto de um
documento; enfim essas e tantas outras pequenas ações são possíveis e
contribuem muito para que o acervo continue disponível para que as gerações
atuais, bem como as futuras tenham acesso aos registros da nossa História.
Portanto
colabore, pois este patrimônio documental também é seu!
No AHPAMV,
encontramos uma correspondência do Intendente de Porto Alegre, José Montaury de
Aguiar Leitão encaminhada ao Presidente do Estado, Antônio Augusto Borges de
Medeiros, em 28 de julho de 1904, expondo a pretensão feita pelo acadêmico de Medicina
Mário Totta, aluno da primeira turma do curso de Medicina, criado em Porto Alegre,
solicitando autorização para proceder autópsias em natimortos recolhidos ao
necrotério municipal. A resposta foi negativa, independente do interesse científico
da solicitação. Os documentos fazem menção ao artigo 365 do Código Penal Brasileiro de1890, que previa prisão para qualquer
pessoa que viesse a “Profanar cadaver;
praticar sobre elle, antes ou depois da inhumação, qualquer desacato tendente a
quebrantar o respeito devido aos mortos; violar ou conspurcar as sepulturas”.
A discussão sobre a autópsia foi tema de debate nas
publicações positivistas e que também constituem acervo no AHPAMV
Fonte: Correspondência Expedida 16 de maio de 1903 a 05 de dezembro de 1905
O historiador
Sérgio da Costa Franco nos presenteia mais
uma vez com uma publicação sua,desta vez sobre a Justiça no RGS,no século XIX.
Trata-se da obraCriminosos e suspeitos perante
a Junta de Justiça.
Afirma o autor que a
história social dos excluídos necessita da análise dos processos
criminais, pois é neles que se
identificam os escravos,os índios, os assalariados, seus dramas e
conflitos. Esta afirmativa tem seu embasamento histórico no estudo realizado
nos processos criminais julgados
pela Junta de Justiça criada
em 1816 pelo rei Dom João VI e
atuando desde 1818. O livro apresenta casos de 1811 a 1829, o que comprova
a atuação retroativa da Junta
que julgou também casos anteriores a 1818: os de 1811 a 1817.
Nos processos,os réus sempre são escravos, índios, soldados,
marinheiros, peões. Muitos crimes são reações a maus-tratos ,no caso dos escravos;outros são
por motivos diversos,incluindo latrocínio, ciúme,embriaguês e homofobia.
Com prefácio
da neta do autor, advogada e mestre em
Direito Penal pela Universidade
de Coimbra(Portugal),este livro lança um novo olhar pela questão criminal e seus condicionantes históricos,revelando o perfil
social dos réus do século XIX. Uma obra concisa, fruto de pesquisa em fontes
primárias,livro de consulta disponível aos pesquisadores que frequentam o
Arquivo Histórico de Porto Alegre.
O Arquivo Histórico de Porto Alegre Moysés Vellinho, órgão subordinado à Coordenação da Memória Cultural, da Secretaria Municipal da Cultura, tem por competência recolher, organizar, descrever e disponibilizar os acervos arquivísticos de valor permanente do Município de Porto Alegre.
Seu acervo arquivístico data de 1764 e é constituído por fundos documentais públicos, dois privado e uma coleção privada.
Além dos acervos citados, o Arquivo Histórico disponibiliza:
·Uma das hemerotecas mais importantes do município contendo jornais, revistas e almanaques publicados em Porto Alegre;
·Uma acervo bibliográfico especializado em história de Porto Alegre.
O acervo público recolhido não reflete a totalidade dos documentos permanentes produzidos pelo Município e não é originário de uma política de gestão documental e sim de recolhimentos avulsos a partir de avaliações feitas pelos técnicos do Arquivo.
Porto Alegre inicia seu projeto de Gestão Documental em Setembro de 2010 com a criação do Sistema de Arquivos – SIARQ/POA – através do Decreto 16.798 que tem por objetivos:
I – Promover a integração dos arquivos existentes nas diversas unidades administrativas da Administração do Município;
II – racionalizar e padronizar a produção documental;
III – Assegurar a proteção e a preservação da documentação arquivística do Município;
IV – Facilitar o acesso ao patrimônio arquivístico público, de acordo com as necessidades da administração pública e da sociedade;
V – Normatizar o tratamento da informação arquivística a partir do uso de novas tecnologias.
O Sistema de Arquivos do Município – SIARQ/POA vinculado à Secretaria da Administração tem como estrutura um Comitê Estratégico composto pelos Secretários da Administração que o preside, Cultura, Fazenda, Educação, Saúde e Procuradoria-Geral; um Comitê Gerencial formado por representantes das Secretarias da Administração, Cultura e Fazenda e dos Órgãos Executivos através das Unidades Administrativas dos órgãos; Uma Comissão Permanente de Avaliação de Documentos formado por um historiador, um arquivista, um Procurador, um contador e demais convidados.
O SIARQ/POA propôs inicialmente a criação de dois instrumentos arquivísticos, ou seja, um Plano de Classificação de Documentos e uma Tabela de Temporalidade de Documentos para Administração Centralizada.
O primeiro resultado desse trabalho foi a publicação do Decreto 17.480, de 22 de novembro de 2011, que oficializa o Plano de Classificação e a Tabela de Temporalidade, de algumas subfunções, define normas para a classificação, avaliação, guarda e eliminação de documentos de arquivo.
Define também nos artigos 17, 18 e 19 o que deve ser recolhido como documento permanente e para qual Unidade.
Art. 17 São considerados documentos de guarda permanente:
I – os indicados na TTD, com destinação recolhimento;
II – os produzidos no período compreendido entre os anos de 1892 a 1955;
III – os de arquivos privados declarados de interesse público ou social; e
IV – os arquivos públicos e privados de interesse do Município.
Art. 18. Serão recolhidos, ao Arquivo Histórico de Porto Alegre Moysés Vellinho (AHPAMV), da Coordenação da Memória Cultural (CMC), da Secretaria Municipal da Cultura (SMC), os documentos de guarda permanente, depois de encerrado o valor administrativo ou decorridos o prazo prescricional.
Art. 19. Os documentos de guarda permanente não poderão ser eliminados após a microfilmagem, digitalização ou qualquer outra forma de reprodução, devendo ser preservados e recolhidos ao AHPAMV.
Hoje 27 de agosto, pela primeira vez o AH recolhe documentos avaliados tecnicamente como documentos permanentes e o primeiro acervo avaliado como permanente, a partir da implantação do Sistema de Arquivos do Município - SIARQ/POA. São 200 caixas do total de 4000 da Subfunção Gestão Tributária, 3.2.1 Série - Administração de Tributos, 3.2.1.2 Subsérie - Manutenção do cadastro imobiliário e mobiliário.
Caixas de polionda com documentos provenientes da Secretaria da Fazenda
Para o recolhimento foi preciso ampliar o espaço, a partir da otimização dos espaços nas próprias estantes, ou seja, inclusão de mais prateleiras, distribuição do acervo na estante para que não houvesse ociosidade de espaço e a ampliação do número de estantes. Para esta organização,foram adquiridas 100 prateleiras e 33 estantes.
Nova organização do acervo
Para a implantação do SIARQ/POA, o Município nomeou mais três arquivistas que foram lotados na Secretaria da Cultura - Arquivo Histórico - onde devem desenvolver suas atividades tratando dos documentos permanentes do Município assim como contribuindo com as demais ações do SIARQ/POA.
O Arquivo Histórico participou do Seminário para os
Estudantes do Curso de Magistério,desenvolvido na Escola
Municipal de Ensino Médio Emilio Meyer.
A atividade aconteceu no dia 15 de agosto, sendo
disponibilizada, neste encontro, a oficina Brincando
de editar. Orientada para a discussão da importância do livro na vida da
criança, os alunos puderam na parte prática desenvolver a sua história e
pensá-la a partir da confecção artesanal de um livreto com o tema “ bullying”.
O resultado pode ser visto nas imagens a seguir.
Uma boneca de pano, portanto diferente, que não conseguia amigos para brincar:
A diversidade da vida, por isto o respeito à diferença:
As autoras do livreto, a menina de cabelos vermelhos e o
título da coleção em que se insere a “obra”:
Dois belos casarões do século XIX abrigam a História da Capital gaúcha. Com a missão de organizar, guardar e conservar cerca de um milhão e 500 mil documentos datados desde 1764, o Arquivo Histórico de Porto Alegre investe também na educação patrimonial, fundamental para que a comunidade faça parte da grande tarefa de preservar sua memória.
O Arquivo Histórico de Porto Alegre Moysés Vellinho é órgão da Prefeitura de Porto Alegre, sob a administração da Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa.
Horário de atendimento:
Manhã: 9h às 12h
Tarde: 14h às 17h
HORÁRIO DAS 12h às 14h - Higienização da sala de pesquisa e intervalo de almoço da equipe de plantão.
ATENDIMENTO PRESENCIAL MEDIANTE AGENDAMENTO exclusivamente pelo e-mail: arquivohistorico@smc.prefpoa.com.br
INFORMAÇÕES AOS PESQUISADORES:
O consulente deve, antes de solicitar agendamento para PESQUISA, nos informar sobre o que deseja pesquisar para lhe confirmarmos se possuímos tais informações/documentos ou orientá-lo em qual(quais) outra(s) Instituição(ões) poderá localizar a informação/documento.
Para PESQUISAS atendemos presencialmente por agendamento, exclusivamente por este e-mail, arquivohistorico@smc.prefpoa.com.br as TERÇAS e QUINTAS-FEIRAS, nos turnos da manhã, das 09h as 12h e a tarde, das 14h as 17h, duas vagas por turno.
Por gentileza, nos informe em sua solicitação de agendamento de PESQUISA os seguintes dados:
* Assunto e/ou documentos a serem pesquisados
* Dia (Terça ou Quinta) e turno (Manhã e/ou tarde) a verificar disponibilidade de agendamento.
* Nome completo
* RG
* Cidade de residência
OBS.: Pesquisador deverá trazer seus EPI's (luvas e máscara)
* Informamos que a única forma de reprodução dos documentos consultados é através de fotografia, vedado o uso de "flash", em equipamento do próprio pesquisador.
** Devido a segurança operacional do acervo há um limite de documentos a serem consultados por pesquisador por turno correspondente a cinco volumes (Caixas, encadernações de jornais, mapas, livros e recortes de jornais).
*** O limite de tolerância para a chegada do pesquisador é de até uma hora do início do turno do agendamento, ou seja, até as 10h no turno da manhã e até as 15h no turno da tarde. A fim de proporcionar a adequada realização dos procedimentos de atendimento e a consulta cuidadosa pelo consulente dos documentos públicos custodiados pelo AH.
**** Os pesquisadores devem encerrar suas atividades e guardarem seus pertences 15min. antes do encerramento do expediente, em cada turno, a fim de que a equipe de plantão possa guardar os documentos consultados na reserva técnica e realizar os procedimentos de fechamento da instituição para o intervalo de almoço ao final da manhã e para o encerramento do expediente ao final da tarde.
INFORMAÇÕES AOS VISITANTES:
Para VISITAS GUIADAS atendemos presencialmente por agendamento, exclusivamente por este e-mail, arquivohistorico@smc.prefpoa.com.br preferencialmente, as SEGUNDAS e QUARTAS-FEIRAS, nos turnos da manhã, das 09h as 12h e a tarde,
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Por gentileza, nos informe em sua solicitação de agendamento de VISITA GUIADA os seguintes dados:
* Dia (Segunda ou Quarta) e turno (Manhã e/ou tarde) a verificar disponibilidade de agendamento.
* Nome completo do(s) responsáveis pelo pedido de agendamento
* RG
* Cidade de residência
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