11 de set. de 2014

A MEMÓRIA NOS LIVROS: A COR DAS COISAS FINDAS (3)






    O cenário é uma biblioteca - num prédio antigo - que está ameaçada, levando alguns adolescentes a investigar o desaparecimento de partes da cidade. Esses estranhos acontecimentos os colocam na mira de vampiros, e as descobertas começam: desaparecem os morros, o rio torto, os prédio antigos. Sim, “alguém está apagando a cidade!” Serão vampiros?

   A contracapa nos informa, modestamente, que esta história “revela o valor da leitura e a importância que os livros podem ter”. Mas há uma reflexão ainda maior: a perda do Patrimônio Cultural da cidade que se modifica por um crescimento que lhe toma os prédio antigos; os rios tortuosos, agora canalizados numa reta infinita; os morros destruídos pelas pedreiras; as árvores nativas pela exploração imobiliária.

     Então, “se houver mesmo alguém vampirizando a cidade ao invés de sangue humano, vai sugando morros, ruas, prédios, tudo. No final habitaremos uma cidade vazia, sem passado. Sem cor. Afinal qual será a cor da memória? Qual a cor das coisas findas, das coisas sumidas da nossa mente?” pergunta a personagem.

   É preciso uma resposta. Talvez a cor dependa do patrimônio cultural que pudermos deixar para as futuras gerações. Por isso a importância das bibliotecas, dos arquivos, dos museus, dos centros culturais, das edificações históricas, dos parques naturais para que o passado não desapareça, também, da memória dos cidadãos.


Leitura mais do que recomendada para nossas crianças e adolescentes!

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