Hoje apresentaremos os fatores existentes no próprio ambiente
físico do Arquivo e que podem causar severas deteriorações aos documentos. Esses
agentes são denominados agentes
ambientais ou físicos,e os principais são: temperatura, umidade
relativa do ar, radiação da luz e qualidade do ar.
Temperatura (T) e Umidade relativa (UR)
Quando
temos uma temperatura e umidade relativa altas poderemos detectar, por
exemplo, a presença de colônias de fungos nos documentos. Agora quando tivermos
temperatura e umidade relativa do ar muito baixas, poderemos ter, por exemplo,
documentos distorcidos e ressecados.
As
flutuações de temperatura e umidade são ainda mais prejudiciais que os índices
elevados ou muito baixos. Geralmente, os materiais encontrados em acervos são
higroscópicos, ou seja, absorvem e liberam umidade facilmente e, portanto, se
expandem e se contraem conforme as
variações da T ou UR. Tais mudanças bruscas podem causar ondulações e
franzimento do papel, descamação de tintas, empenamento de capas de livros e
rompimento de emulsões fotográficas.
Imagem 1 – Documento com ondulações
Radiação da luz
Toda
fonte de luz,seja ela natural ou artificial,emite radiação nociva aos documentos, provocando danos através da oxidação.
A
luz é considerada um dos principais agentes de degradação, podendo ser uma das
causas do papel ficar quebradiço, frágil, amarelecido ou escurecido. As tintas
podem desbotar ou mudar de cor, alterando a legibilidade dos documentos. Portanto,
qualquer exposição à luz é nociva e o dano é cumulativo e irreversível!
Imagem 2 - Documento com danos
causados pela radiação da luz
Qualidade do ar
O
controle da qualidade do ar é essencial num programa de conservação de acervos.
Existem 2 (dois) tipos de poluentes: os
gases e as partículas sólidas.
Poluentes
como o dióxido de enxofre, óxidos de nitrogênio e o ozônio são gases que
provocam reações químicas, com formação de ácidos que causam danos sérios, como
por exemplo, papel quebradiço e descolorido; e o couro, por sua vez, perde a
pele e se deteriora.
A
sujeira e o pó também são grandes inimigos dos documentos, pois além da
capacidade abrasiva, esses elementos contêm químicos e esporos de fungos.
FIQUE ESPERTO!
Algumas formas de identificar e combater
esses agentes nos acervo
ü Estabelecer um
programa de controle ambiental, evitando-se ambientes com temperatura (T) e
umidade relativa (UR) do ar elevadas ou muito baixas, bem como devem ser
evitadas as oscilações acentuadas. Portanto, deve-se respeitar os níveis de T e
UR ideais para preservação, conforme recomendações da bibliografia da área.
ü Realizar a
circulação do ar no ambiente, pois isso ajuda a amenizar os efeitos da
temperatura e umidade relativa elevadas.
ü Manter vigilância
constante nos documentos contra acidentes com água, providenciando secá-los
imediatamente. A presença de água interfere no nível de umidade do ambiente.
ü Para ambientes
com umidade alta, uma das recomendações é a colocação de aparelhos
desumidificadores. Entretanto, antes de adquiri-los é importante buscar a
consultoria de um profissional da área para realizar um estudo do ambiente, levando
em conta os seguintes fatores: volume total do ambiente, quantidade e tipo de
aparelhos necessários, tamanho dos equipamentos, capacidade do reservatório
(onde fica armazenada a água), defrost
control, entre outros.
Imagem 3 – Desumidificador
ü O monitoramento
do ambiente poderá ser feito com um“termohigrômetro” ou “termohigrógrafo”.
Esse aparelho realiza a medição da temperatura e umidade relativa do ar.
Imagem 4 – Termohigrômetro digital
üPara medir a
intensidade da luz, utilizamos um aparelho chamado “luxímetro” ou “fotômetro”.
Imagem 5 – Luxímetro
ü Os danos
causados pela luz são reduzidos com a utilização de cortinas e persianas, assim
como pelos filtros contra os raios ultravioleta colocados nas janelas.
ü Deve-se evitar principalmente
a luz natural e as lâmpadas fluorescentes, que são fontes geradoras de UV
(ultravioleta).
ü Por fim, pesquisadores e demais usuários da nossa Sala
de Pesquisa, tenham sempre cuidado com a incidência da luz solar sobre os
documentos. Portanto, mantenham a janela fechada ou deixem os documentos distantes
dos raios solares.
Fontes consultadas:
Cassares, Norma C. Como
fazer conservação preventiva em arquivos e bibliotecas. Projeto Como fazer
5. São Paulo: Arquivo do Estado e Imprensa Oficial, 2000.
OGDEN, Sherelyn. Meio
ambiente. 2. ed. Rio de Janeiro: Projeto Conservação Preventiva em
Bibliotecas e Arquivos: Arquivo Nacional, 2001.
The British Library. Preservação
de documentos: métodos e práticas de salvaguarda. Trad. Zeny Duarte.
Salvador: EDUFBA, 2000.
1 comments:
Muito bacana a postagem !!!!!!! Parabéns à equipe do AHPAMV.
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