O ponto de partida
não poderia ser outro: vivemos em tempos de mudanças profundas e rápidas, tão
intensas que chegam a comprometer o sentido de estabilidade e segurança que o
compartilhar de experiências entre gerações poderia trazer. Pouco, muito pouco
das experiências dos mais velhos podem servir de apoio neste contexto. Esse é
um desafio imenso para a vida profissional dos jovens historiadores.
Não conseguimos
ainda desenhar e ter clareza sobre o modelo de professor para o século XXI, um
professor imerso na revolução das comunicações em curso, a qual vem modificando
igualmente a prática da pesquisa histórica. Há, portanto, que construir e viver
novas experiências tanto na prática docente, como na pesquisa. Para
amenizar as incertezas e inseguranças que naturalmente o novo provoca, não
podemos deixar de destacar como salutar a socialização e a cooperação entre os
profissionais da história.
A percepção da
importância do trabalho conjunto já chegou também nas políticas do governo,
como vemos na orientação para que professores e alunos trabalhem integrados a
partir de projetos. Mas, a cooperação e socialização não envolve apenas o
espaço escolar, deve existir e funcionar entre os integrantes do campo profissional
da história. Um campo que vem sendo alargado na medida em que nossa
sociedade vai sofisticando sua relação com o passado e passa, por consequência,
a demandar serviços especializados de quem tem conhecimento, sabe refletir e
raciocinar em termos de valor histórico. Neste sentido, além das Escolas temos
que considerar como espaço de atuação dos historiadores também os Museus, os
Centros de Memória, as Casas de Cultura e os Arquivos. As novas práticas
docentes estão cada vez mais sensíveis à integração da escola com esses
espaços, construindo e testando novos formatos para a aula de história.
Existe, pois um
espaço profissional a ser ocupado e consolidado pela atuação dos historiadores,
mas uma atuação que exige ousadia e criatividade.
A cultura letrada
é uma caraterística da formação do historiador e com ela precisa estar
familiarizado. A base de conhecimentos adquiridos nos anos de formação é
fundamental e conforma a matriz de princípios, procedimentos e conteúdos a
partir dos quais agimos na docência e pesquisa.
A linguagem do
mundo atual é diferente do século passado, transpor conteúdos e símbolos caros
aos historiadores para essa nova linguagem faz parte do desafio que precisamos
enfrentar. O ensino de história não significa apenas cultura e ampliação de
conhecimentos. A história, assim como a memória, são caminhos de acesso ao
passado. Vivemos no presente, mas o passado também faz parte ativa do que somos
e do que queremos ser, isso torna esses caminhos, a história e a memória,
fundamentais na construção e percepção permanente de nossos possíveis
horizontes. O ensino da história para muitos é a primeira conscientização a
respeito da dinâmica do tempo e a primeira percepção da distância do passado.
Grande é a nossa
responsabilidade como profissionais de uma disciplina que tem o tempo como eixo
de inteligibilidade e que trata a mudança como algo natural. Mais do que
conhecimento, a história é uma forma de compreensão da cidadania.
A organização como
comunidade de profissionais alcançou nos últimos anos uma dimensão política
ativa, expressa em diversas ações, dentre outras, a busca pelo reconhecimento
de nossa profissão. Desde 2009 tramitava no Senado Federal uma proposta de
regulamentação da Profissão de Historiador que foi aprovada em 2012, seguindo
agora para apreciação da Câmara Federal. Muita discussão tem ocorrido, existem
posições controvertidas e dúvidas surgem, ou seja, o consenso está sendo
construído pelos próprios historiadores.
Convidamos todos
os historiadores a acompanharem e se envolverem nos debates, através do site e
das redes sociais da ANPUH-RS, sobre essa questão tão importante para o nosso
futuro profissional.
Historiador,
parabéns pelo seu dia!
Porto Alegre,
19 de Agosto de 2013
Dia do
Historiador
Diretoria da Anpuh-RS
Gestão 2012-2014
Anpuh-RS 35
anos
Presidenta: Marluza Marques Harres (UNISINOS)
Vice-Presidenta: Isabel Aparecida Bilhão (UPF)
1.º Secretário: José Carlos da Silva Cardozo (UNISINOS/UFRGS)
2.ª Secretário: Alexandre Maccari Ferreira (UNIFRA/UFSM)
1.º Tesoureiro: Cláudio de Sá Machado Júnior (UFPR)
2.ª Tesoureira: Natália Pietra Méndez (UFRGS)
Vice-Presidenta: Isabel Aparecida Bilhão (UPF)
1.º Secretário: José Carlos da Silva Cardozo (UNISINOS/UFRGS)
2.ª Secretário: Alexandre Maccari Ferreira (UNIFRA/UFSM)
1.º Tesoureiro: Cláudio de Sá Machado Júnior (UFPR)
2.ª Tesoureira: Natália Pietra Méndez (UFRGS)
Conselheiros da
Anpuh-RS
Gestão 2012-2014
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